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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O Verdadeiro Nascimento de Jesus

“... e o Seu Nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte,
Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”.
(Isaías 9.6)

Mar da Galiléia, lugar onde ocorreram grandes eventos narrados na Bíblia. Na verdade, ele é um lago de água doce que, devido as suas grandes dimensões, é chamado de “mar”. Ele está 209 metros abaixo do nível do mar, e com 24 km de extensão de norte a sul e 13 km de leste a oeste, o mar da Galiléia é fundamental para a economia de Israel e Jordânia.

Originalmente era chamado de Quinerete (Nm. 34.11; Dt. 3.17), que quer dizer “harpa”. Depois passou a ser conhecido como lago de Genezaré (Lc. 5.1), que significa “jardim de Hazor”. Também ficou conhecido como mar de Tiberíades (João 6.1; 21.1), em homenagem ao imperador Tibério (14-37 d.C.), e mar da Galiléia (Mt. 15.29; João 6.1), que quer dizer “círculo”.

Mas nós já estamos na época em que comemoramos o Natal. E o que o mar da Galiléia tem a ver com o Natal? Bem, muita coisa.

Natal! Época de lojas cheias, filas intermináveis e gastos com longas listas de presentes. Papai Noel, casas iluminadas e muitos enfeites. Algumas pessoas até se arriscam a “amar o próximo” nesta época. Infelizmente, o Natal ficou resumido a isso. Entretanto, o Natal está muito longe de ser estas coisas.

Vejamos primeiro alguns fatos históricos relacionados ao Natal. Como sabemos, nossa contagem de tempo é dividida em a.C. (antes de Cristo) e d.C. (depois de Cristo). O ano em que Jesus Cristo teria nascido foi usado como divisor cronológico, sendo chamado de Ano Zero. Portanto, o período antes do Ano Zero é chamado de antes de Cristo, e aquele posterior ao Ano Zero é conhecido como depois de Cristo.

O Ano Zero, na verdade, é uma aproximação, e foi instituído por Dionísio o Pequeno, um monge romano que viveu no tempo do imperador Justiniano (483-565 d.C.). Dionísio tomou como ponto de partida o ano da fundação de Roma, utilizado nos cálculos romanos. Em seus estudos ele concluiu que Jesus teria nascido no ano 754 da fundação de Roma.
O ano 754 de Roma foi, desta forma, escolhido como o marco para um novo calendário passando a ser chamado de Ano Zero. A partir daí, começou uma nova contagem de tempo, ano 1, ano 2, ano 3 etc.

Entretanto, os cálculos utilizados para se chegar a esta conclusão estavam errados. Se lermos a Bíblia com bastante atenção poderemos seguir as pistas para termos uma data mais aproximada do nascimento de Jesus.

A primeira pista para datar o nascimento do Messias é dada em Mateus 2:1: “Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, no tempo do rei Herodes...”. Se o seu nascimento ocorreu durante o reinado de Herodes, não podemos aceitar o Ano Zero como sendo o ano do seu nascimento, pois Herodes governou de 37 a.C. até 4 a.C.

Este rei Herodes foi o mesmo que, tentando assassinar o Messias, ordenou a matança dos meninos de Belém (Mt. 2.16). Herodes governou a Judéia e morreu no ano 4 a.C. Lemos na Bíblia que Jesus nasceu pouco tempo antes da morte de Herodes (Mt. 2.19). Concluímos, portanto, que Jesus deve ter nascido 4 anos antes do Ano Zero.

Outra pista fornecida para datar o nascimento de Jesus está em Lucas 2:1-3: “Naqueles dias saiu um decreto da parte de César Augusto, ordenando o recenseamento de todo o mundo habitado. Este primeiro recenseamento foi feito sendo Quirino governador da Síria. Todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade”. Quirino teve dois mandatos, primeiro de 7 a.C. até 4 a.C., e o segundo de 6 d.C. até 9 d.C. Entre os anos 8 e 6 a.C., ocorreu um recenseamento geral do Império Romano. Foi exatamente por causa deste censo que José e Maria tiveram que ir para Belém, pois o alistamento era feito na cidade de origem, por tribos e famílias. Sendo José descendente do rei Davi, deveria alistar-se em Belém.

Assim, concluímos que a melhor data para o nascimento de Jesus Cristo está entre os anos 8 e 6 antes do Ano Zero.

Uma curiosidade acerca dos magos que visitaram Jesus está narrada em Mateus 2:1-12. A narrativa bíblica não diz que eram três reis magos, mas diz apenas “uns magos do Oriente”. A tradição afirma que eram três porque o texto bíblico cita três presentes, “ouro, incenso e mirra”. A Bíblia também não diz seus nomes. A palavra “magos” deve aqui ser empregada com cautela, pois na língua portuguesa está relacionada com magia, ou arte de fazer mágicas. No texto original, em grego, a palavra é μάγος, que designa o sábio do Oriente (região da Mesopotâmia). Também podemos observar no texto bíblico de Mateus 2:11, que estes magos ou sábios não estavam presentes na cena da manjedoura. Na verdade, eles encontraram Jesus já em casa.

A comemoração do Natal em 25 de dezembro começou no século 4 d.C. Até então, o natal era comemorado em diferentes datas de acordo com cada região. Com a adoção do Cristianismo como religião oficial no ano de 381, houve uma preocupação não com a exatidão da data, mas sim em encobrir a celebração das festas pagãs, principalmente a festividade do natalis invicti Solis, “nascimento do Sol vitorioso”, celebrada no dia 25 de dezembro. A celebração do Sol era, até então, obrigatória. Desta forma, numa tentativa de cristianizar a festa pagã do Sol, instituiu-se a data de 25 de dezembro para a comemoração do nascimento de Jesus. Entretanto, sabemos que esta data dificilmente corresponderia a realidade. Durante o mês de dezembro o clima é de inverno na Palestina, e seguramente os “pastores de Belém” (de Lucas 2:8-20) não estariam nos campos com seus rebanhos. Por isso, muitos argumentam que o nascimento de Jesus deve ter ocorrido entre março e abril, quando faz calor na Palestina. Para reforçar esta teoria, podemos lembrar que o recenseamento de Lucas 2:1-3 não poderia acontecer no inverno, pois as pessoas teriam dificuldade para se movimentar de uma cidade para a outra.

Querido leitor, apesar destes erros cronológicos que cercam a festividade do Natal, não deixe que isso interfira em sua comemoração. Você deve apenas lembrar que a data de 25 de dezembro é simbólica. O que importa se esta não é a data exata do nascimento de Jesus? O importante é que você se lembre do fato. Não foi Papai Noel que nasceu e morreu pelos nossos pecados. Os presentes e bênçãos que recebemos não nos foram dados pelo Papai Noel. Foi Jesus Cristo que “se fez carne, e habitou entre nós” (Jo. 1.14). É Jesus quem nos abençoa!

Nesta época de fim de ano todos nós fazemos um balanço de nossas vidas. É natural! Mas, talvez por alguma razão você, amado leitor, esteja triste ou deprimido e não encontre razão nenhuma para comemorar o Natal. Saiba, que você tem a melhor razão de todas. Você tem Jesus. Este Jesus, certo dia, atravessou o mar da Galiléia com seus discípulos. Durante a travessia “levantou-se uma grande tempestade, tão grande que o barco era coberto pelas ondas” (Mt. 8.24). E onde Jesus estava? Diz a Bíblia que Ele estava dormindo (Mt. 8.24). Os discípulos, em pânico, tentaram em vão controlar a situação. E só piorava. E piorava... E piorava... Até que quando o barco já quase naufragava os discípulos correram para Jesus: “Senhor, salva-nos, que perecemos” (Mt. 8.25). Jesus lançou uma pergunta aos discípulos que tem ecoado através dos tempos: “Por que temeis, homens de pouca fé?” (Mt. 8.26). Então, Jesus repreendeu o vento e o mar, “e seguiu-se uma grande bonança” (Mt. 8.26).

Talvez neste momento você esteja se sentindo como se estivesse atravessando o mar da Galiléia durante aquela tempestade. Não tente controlar a situação, não procure resolver da sua maneira. Por que os discípulos não procuraram Jesus logo no início do problema? Não deixe que nada roube a sua alegria. Seja o que for, Jesus é o único que pode acalmar o vento e o mar. Não permita que a tempestade domine sua vida. Chame Jesus para o barco e deixe que Ele o conduza. Afinal, Ele “se fez carne, e habitou entre nós” para isso. Ele morreu pelos nossos pecados e para acalmar as tempestades da alma. Lembre-se: Jesus é “Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9.6).

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